O mercado do DVD continua a receber muitos títulos clássicos (ainda bem!), ajudando-nos a compreender que a pluralidade da história do cinema está muito para além do ruidoso lançamento do mais recente blockbuster — seja ele qual for, e mesmo que seja uma obra-prima... Ao mesmo tempo, esse mesmo mercado insiste em tratar muitos filmes "antigos" como carne para... as lojas, não fazendo o mais pequeno esforço para divulgar/valorizar/promover as suas preciosidades.
Eis mais uma, dessas que vão proliferando sem o mais pequeno trabalho de enquadra-mento histórico e comercial. Chama-se Um Estranho na Minha Vida — título original: Strangers When We Meet — e é um filme que reflecte de modo exemplar a preocupação dos estúdios de Hollywood, em finais dos anos 50, princípio de 60 (o filme é mesmo de 1960), de oferecer intrigas que, pela sua dimensão assumidamente adulta, se demar-cassem do crescente impacto do entertainment televisivo. Encontramos, aqui, sob a direcção de Richard Quine, o par Kirk Douglas/Kim Novak a interpretar uma história de adultério que, definitivamente, integrou um desencantado realismo social, dispensando os modelos tradicionais do "galã masculino" ou da "mulher fatal". Tudo isso, importa sublinhar, em feliz coexistência com o formato CinemaScope, também ele, pela sua amplitude visual e potencialidades dramáticas, comercializado (desde 1953) como um explícito desafio à pequenez do ecrã televisivo.
Eis mais uma, dessas que vão proliferando sem o mais pequeno trabalho de enquadra-mento histórico e comercial. Chama-se Um Estranho na Minha Vida — título original: Strangers When We Meet — e é um filme que reflecte de modo exemplar a preocupação dos estúdios de Hollywood, em finais dos anos 50, princípio de 60 (o filme é mesmo de 1960), de oferecer intrigas que, pela sua dimensão assumidamente adulta, se demar-cassem do crescente impacto do entertainment televisivo. Encontramos, aqui, sob a direcção de Richard Quine, o par Kirk Douglas/Kim Novak a interpretar uma história de adultério que, definitivamente, integrou um desencantado realismo social, dispensando os modelos tradicionais do "galã masculino" ou da "mulher fatal". Tudo isso, importa sublinhar, em feliz coexistência com o formato CinemaScope, também ele, pela sua amplitude visual e potencialidades dramáticas, comercializado (desde 1953) como um explícito desafio à pequenez do ecrã televisivo.