Os desenhos animados continuam a ser uma frente essencial, porventura a mais vital, dos estúdios DreamWorks. Sem ser um momento de excelência, O Panda do Kung Fu acaba por constituir mais um exemplo da sua eficácia — este texto foi publicado no Diário de Notícias (2 Julho), com o título 'Um panda chamado Po'.
O herói de O Panda do Kung Fu é um poço de contradições: por um lado, tem aquele ar dolente, sedutor e elegante (a sua graça natural impede-nos de dizer “preguiçoso”) que é suposto um panda ostentar; por outro lado, em vez de praticar a introspecção e dedicar-se, por exemplo, aos noturnos de Chopin ou, quem sabe, às baladas de Françoise Hardy, gosta de... kung fu!!! Dito de outro modo: este panda chamado Po, corpo imenso, olhar frágil e inimitáveis calções, está vocacionado para as atribulações da aventura. Na prática, vai ser mobilizado para a mais espinhosa das missões: a de cumprir a profecia milenar que nele reconheceu a encarnação do “Guerreiro Sagrado” e combater o malvado Tai Lung, leopardo desviado para os caminhos do mal que, com a sua fúria, ameaça a harmonia do Vale da Paz.
A história de O Panda do Kung Fu é mais ou menos esquemática e previsível. Em boa verdade, não pretende ser outra coisa. Dirigido por Mark Osborne e John Stevenson, este é um produto que, na estratégia da DreamWorks, corresponde a um simples exercício de “manutenção”. Trata-se de confirmar as qualidades técnicas a que chegou o desenho digital, sem pôr em causa o funcionamento clássico da aventura. A saber: uma odisseia de alguém que é convocado para uma “missão impossível” através da qual se joga a sua identidade e, mais do que isso, a estabilidade da comunidade a que pertence.
Trabalhado a partir de uma riquíssima paleta cromática, O Panda do Kung Fu volta a ser pretexto para alguns magníficos exercícios de “invisível” interpretação. Assim, com uma exuberância recheada de emoções, Jack Black (Escola de Rock) dá voz ao irresistível Po, sendo ainda inevitável destacar Dustin Hoffman, no papel do mestre Shifu, e Angelina Jolie, compondo um tigre suavemente feminino. A provar, afinal, que mesmo no registo mais ou menos rotineiro de O Panda do Kung Fu, a animação cinematográfica continua a ser um desafio criativo para alguns dos mais talentosos actores de Hollywood.
O herói de O Panda do Kung Fu é um poço de contradições: por um lado, tem aquele ar dolente, sedutor e elegante (a sua graça natural impede-nos de dizer “preguiçoso”) que é suposto um panda ostentar; por outro lado, em vez de praticar a introspecção e dedicar-se, por exemplo, aos noturnos de Chopin ou, quem sabe, às baladas de Françoise Hardy, gosta de... kung fu!!! Dito de outro modo: este panda chamado Po, corpo imenso, olhar frágil e inimitáveis calções, está vocacionado para as atribulações da aventura. Na prática, vai ser mobilizado para a mais espinhosa das missões: a de cumprir a profecia milenar que nele reconheceu a encarnação do “Guerreiro Sagrado” e combater o malvado Tai Lung, leopardo desviado para os caminhos do mal que, com a sua fúria, ameaça a harmonia do Vale da Paz.
A história de O Panda do Kung Fu é mais ou menos esquemática e previsível. Em boa verdade, não pretende ser outra coisa. Dirigido por Mark Osborne e John Stevenson, este é um produto que, na estratégia da DreamWorks, corresponde a um simples exercício de “manutenção”. Trata-se de confirmar as qualidades técnicas a que chegou o desenho digital, sem pôr em causa o funcionamento clássico da aventura. A saber: uma odisseia de alguém que é convocado para uma “missão impossível” através da qual se joga a sua identidade e, mais do que isso, a estabilidade da comunidade a que pertence.
Trabalhado a partir de uma riquíssima paleta cromática, O Panda do Kung Fu volta a ser pretexto para alguns magníficos exercícios de “invisível” interpretação. Assim, com uma exuberância recheada de emoções, Jack Black (Escola de Rock) dá voz ao irresistível Po, sendo ainda inevitável destacar Dustin Hoffman, no papel do mestre Shifu, e Angelina Jolie, compondo um tigre suavemente feminino. A provar, afinal, que mesmo no registo mais ou menos rotineiro de O Panda do Kung Fu, a animação cinematográfica continua a ser um desafio criativo para alguns dos mais talentosos actores de Hollywood.