Símbolo da idade de ouro do cinema americano, Mel Ferrer faleceu em Santa Barbara, Califórnia, contava 90 anos de idade. Curiosamente, parecia destinado à realização, já que foi por aí que começou, em 1945, com The Girl of the Limberlost, depois de alguma experiência adquirida, tanto na rádio, como nos palcos da Broadway.
O certo é a carreira de representação tornou-se determinante, tanto mais que Ferrer encarnava exemplarmente o modelo de galã de Hollywood do pós-guerra. Depois de algumas personagens secun-dárias em títulos como A Deusa do Mal (1950), de Nicholas Ray, e O Rancho das Paixões (1951), de Fritz Lang, teve o seu primeiro papel de relevo em Scaramouche (1952), de George Sidney, grande sucesso das aventuras de capa e espada. Mesmo sem nunca ter sido uma estrela, passou por muitos filmes marcantes da época, incluindo superproduções históricas como Guerra e Paz (1957), de King Vidor — em que liderava o elenco a par de Audrey Hepburn (na altura, sua mulher) e Henry Fonda [trailer em baixo] —, e A Queda do Império Romano (1963), de Anthony Mann. Trabalhou também com grandes mestres do cinema europeu, incluindo Michael Powell/Emeric Pressburger (Contos Vienenses, 1955) e Jean Renoir (Helena e os Homens, 1956). Como outros actores da sua geração, a partir da década de 70 começou a surgir com frequência em telefilmes e séries (Falcon Crest, Crime, Disse Ela, etc.); nessa fase, em cinema, a sua participação mais importante aconteceu em Lili Marleen (1981), de Rainer Werner Fassbinder.