Encontro este título no Diário Digital: "Agressão: ERC pronuncia-se no final de Abril sobre exibição de vídeo". Pela notícia fico a saber o seguinte:
> O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Azeredo Lopes, admitiu hoje que a ERC deverá pronunciar-se na última semana de Abril sobre a participação apresentada pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
Mais do que isso, o teor da notícia permite-me confirmar, como eu humildemente pressentia, que estão em causa algumas questões delicadas sobre a prática do jornalismo:
> «Evidentemente que, a partir do momento em que um vídeo como aquele é difundido e visto massivamente na Internet, o regulador tem que ponderar todas as questões, sem deixar, se for caso disso, de chamar a atenção para os deveres do jornalismo», afirmou Azeredo Lopes, em declarações à Lusa.
> O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Azeredo Lopes, admitiu hoje que a ERC deverá pronunciar-se na última semana de Abril sobre a participação apresentada pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN).
Mais do que isso, o teor da notícia permite-me confirmar, como eu humildemente pressentia, que estão em causa algumas questões delicadas sobre a prática do jornalismo:
> «Evidentemente que, a partir do momento em que um vídeo como aquele é difundido e visto massivamente na Internet, o regulador tem que ponderar todas as questões, sem deixar, se for caso disso, de chamar a atenção para os deveres do jornalismo», afirmou Azeredo Lopes, em declarações à Lusa.
E fico desconcertado, confesso, com a elegância formal de todo este sereníssimo timing. Não que eu defenda a aceleração estúpida que, não poucas vezes, as televisões (e rádios) introduzem no nosso quotidiano, impedindo-nos de ver, de compreender, de pensar. Mas há qualquer coisa de obscenamente naïf nesta calmaria de reflexão, nesta vertigem de contenção que, avisados ficamos, dará os seus frutos lá para o fim do mês.
Estamos a falar, afinal, de uma questão que abalou o país há cerca de um mês. Estamos a falar, sobretudo, de uma questão cuja complexidade — e factores de perturbação — exigia alguma resposta relativamente rápida e esclarecida, antes do mais para contrariar a histeria mediática que nos paralisou sem dó nem piedade. Mas não: sabemos agora que a ERC está ainda a terminar as suas reflexões. Fica a certeza de que está a "ponderar" e que vai "chamar a atenção para os deveres do jornalismo." Atenção, com esta preciosa e correctamente burocrática prudência: "se for caso disso." Ficamos ansiosos por saber se é caso disso. No fim do mês ou, se tal for mais aconselhável, algures nas férias da Páscoa do próximo ano.