O Sporting - Benfica (5-3), para as meias-finais da Taça de Portugal, foi de facto um acontecimento de uma vibração invulgar, desses que reduzem à sua inanidade os discursos que tratam o futebol como um continuado anti-espectáculo de "julgamentos populares". Vale a pena registar esta primeira página do Jornal de Notícias. E vale a pena, sobretudo, sublinhar que o trabalho televisivo de realização — de Ricardo Espírito Santo, na SIC — foi uma pequena grande lição de arte narrativa. Saber olhar, saber ler as imagens e combiná-las sem alienar o respeito pelo factor humano: eis uma atitude que, em televisão, infelizmente, continua a ser excepção.