Morreu um dos nomes grandes do teatro britânico do século XX: Paul Scofield, falecido aos 86 anos, era uma figura imperial dos palcos, mesmo se é verdade que foi o cinema a trazer-lhe um enorme prestígio internacional. Momento charneira desse processo foi a sua interpretação de Thomas Moore, em Um Homem para a Eternidade, de Fred Zinnemman, título que arrebataria os principais Oscars de 1967, incluindo melhor filme e melhor actor (para Scofield). Vinte e oito anos mais tarde, portanto em 1995, com Quiz Show, de Robert Redford, Scofield obteria uma nova nomeação, desta vez na categoria de melhor secundário. Mesmo com uma filmografia relativamente escassa — três dezenas de títulos em meio século de carreira —, Scofield deixou sempre a marca de uma invulgar intensidade dramática, alicerçada num requintadíssimo acting. O seu derradeiro trabalho cinematográfico ocorreu em 1996, na adaptação de The Crucible/As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, sob a direcção de Nicholas Hytner e contracenando com Daniel Day-Lewis.