A notícia é muito simples: há uma nova banda portuguesa — Os Pontos Negros — que importa ouvir. Aliás, o Nuno já o disse e sublinhou aqui, ao mesmo tempo recusando qualquer efeito de "sensação", desses que fazem a rotina de alguma imprensa, incluindo certos sectores da crítica, supostamente mandatada para, da música aos filmes, descobrir "uma-revolução-por-semana"...
A questão é, também ela, muito simples: pel' Os Pontos Negros passa uma multiplicidade de referências (dos Strokes a António Variações?...) que definem uma atitude criativa que se faz de duas vias de eleição: a alegre reconversão de uma sensibilidade a que apetece chamar neo-punk e a fixação muito directa num quotidiano cru, ambíguo e sempre desconcertantemente poético. Em Numerologia, por exemplo, eles cantam assim:
A questão é, também ela, muito simples: pel' Os Pontos Negros passa uma multiplicidade de referências (dos Strokes a António Variações?...) que definem uma atitude criativa que se faz de duas vias de eleição: a alegre reconversão de uma sensibilidade a que apetece chamar neo-punk e a fixação muito directa num quotidiano cru, ambíguo e sempre desconcertantemente poético. Em Numerologia, por exemplo, eles cantam assim:
Um dia acordei e tentei
Vestir-te de palavras mil
Para não ter de explicar de cor
A tua geografia
Para ouvir. Para ver (as imagens são deliciosas de ironia e poesia). E para dizer que, no espaço das formas audiovisuais, há mais mundos para além da mediocridade asfixiante da "juventude-morangos-com-açúcar".