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* Política — a selecção será promovida como símbolo dominante do país (os homens de boa vontade mandarão pôr bandeiras nas janelas).
* Economia — das televisões à publicidade, todas as referências à selecção vão ser enquadradas por complexas estratégias de investimento, secundarizando-se muitas prioridades colectivas estranhas ao futebol (ter o telemóvel mais sofisticado ou beber a cerveja mais bizarra serão assuntos cuja gravidade, em nome da selecção, invadirá o quotidiano).
* Cultura — a noção de ser português será ideologicamente retrabalhada para se confundir com o próprio gesto de apoio à selecção (pouco ou nada se falará de futebol, apenas se promoverão as ilusões simplistas de "vitória").
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O que vem aí, não tenhamos ilusões, será quase sempre estranho ao simples gosto pela energia própria do desporto, de qualquer desporto. O espaço dos sons e das imagens vai ser invadido (em boa verdade, já está...) pelos valores da histeria futebolístico-consumista — o ruído e o fogo de artifício ditarão as suas leis. E haverá sempre quem nos garanta que, com tudo isso e, sobretudo, por causa de tudo isso, seremos mais felizes.
O que vem aí, não tenhamos ilusões, será quase sempre estranho ao simples gosto pela energia própria do desporto, de qualquer desporto. O espaço dos sons e das imagens vai ser invadido (em boa verdade, já está...) pelos valores da histeria futebolístico-consumista — o ruído e o fogo de artifício ditarão as suas leis. E haverá sempre quem nos garanta que, com tudo isso e, sobretudo, por causa de tudo isso, seremos mais felizes.