Um mês depois de gravado Closer, Ian Curtis toma uma overdose da medicação contra a epilepsia. É levado para o hospital, onde lhe é lavado o estômago. Ian é visto por um psiquiatra nessa noite, que conclui contudo que o paciente não é potencial suicida! Mas Ian chegou mesmo a deixar uma nota de suicídio à mulher, que Deborah não divulga aos amigos e familiares. No seu livro conta que se sentiu marginalizada pelo marido e banda, e que desde UnknownPleasures não conhecia as canções nem lia as letras. Não conhecia a nova realidade da natureza profunda da alma de Ian... Aconselham-no a uma pausa, e por dias deveria ficar numa casa de Tony Wilson em pleno campo. Mas no dia seguinte levam-no para o Deby Hall, em Bury, onde chegam a discutir se dão ou não concerto, tal é a debilidade do vocalista. Ian canta dois temas. E os fãs, desencantados, revoltam-se e quase destroem a sala. Ian segue para casa de Tony. Este e mulher desconhecem, todavia, a verdadeira dimensão da sua depressão, agravada certamente pela progressiva degradação da vida familiar (claramente retratada no single Love Will Tear Us Apart que então acabara de gravar), a precaridade da relação extra-marital, consequência clínica potenciada pela epilepsia, e um descontentamento para com a indústria musical. Este último, confessa-o a Deborah quando consigo vai a uma consulta de psiquiatria, a caminho da qual lhe terá dito que se havia realizado com as edições de Transmission e UnknownPleasures e que tanto Closer como LoveWillTear Us Apart não faziam já parte das suas aspirações. Segundo Deborah, Ian desejava abandonar a banda. Terá dito o mesmo a Stephen Morris, mas este julgou que o vocalista se queria mudar para outro lugar. Decades (de Closer) já havia levantado um debate interior sobre a futilidade da vida numa banda (e da vida em geral)...
(continua)