Mais uma proposta de destaque na programação desta 11ª edição do estival Queer Lisboa. Glue, de Alexis dos Santos (passa hoje no São Jorge, pelas 22.00 na Sala 1), é mais uma demonstração de vitalidade narrativa e formal de um novo cinema em reinvenção na América Latina. Com evidentes afinidades com filmes que já passaram pelas nossas salas como E A Tua Mãe Também, de Alfonso Cuarón e Temporada de Patos, de Fernando Embicke, Glue (Argentina, 2006) é mais um olhar sobre o mundo adolescente, curioso, impulsivo, todavia frequentemente contido, fiel aos silêncios e dúvidas característicos dessa etapa do nosso desenvolvimento emocional. Esta é a história de um rapaz que não se dilui entre a pequena multidão de outros da sua idade numa longínqua povoação no meio de nada, em plena Patagónia. Tem uma banda punk, ouve Violent Femmes e vive os dias vazios de um Verão com um amigo e uma amiga, também eles outsiders entre os seus. E juntos encontram, entre os três, um entendimento emocional e amoroso que os une e torna mais fortes. Uma história poderosa, sendo também pungente a linguagem visual, livre, crua, mas cativante, que Alexis dos Santos nos propõe.
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