Por vezes, são as pequenas diferenças que fazem os grandes valores. Por exemplo, em relação às notícias sobre o caso McCann. Não apenas a quantidade ou a qualidade dessas notícias, mas também o seu modo. De facto, seja qual for o resultado da investigação em curso — e mesmo que os McCann venham a ser considerados culpados —, é impossível não reconhecer alguma pertinência a quem lembra que não é possível viver num processo regular (por vezes quotidiano) de desmentidos face a todas as especulações que algumas televisões e jornais vão lançando — é isso que é sublinhado por John McCann, irmão de Gerry McCann, em entrevista à SkyNews.
Seja como for, há órgãos de comunicação social que não abdicam de discutir as responsabilidades inerentes ao seu trabalho — desse modo sublinhando também, implícita ou explicitamente, que esses mesmos órgãos não podem ser reduzidos a uma imagem única e unívoca. Aconteceu na BBC, no dia 14, no programa NewsWatch. Registe-se, em particular, aquilo que é lembrado por um dos entrevistados, a propósito do absurdo que, por vezes, leva a perguntar se, então, as televisões deviam ignorar uma "história" tão propalada — a opção não está entre "noticiar" ou "ignorar"; como sempre, o núcleo das questões reside na forma das notícias, sendo a forma, inelutavelmente, o primeiro dos conteúdos.