Leio em alguns textos disponíveis na Internet que, através do abandono de uma entrevista na televisão, Santana Lopes conseguiu gerar em torno da sua personalidade um fenómeno de consenso.
CONSENSO?
Sejamos objectivos até onde é possível — digamos, então, que é verdade que a maioria das apreciações do caso vão no sentido de valorizar de forma positiva o comportamento de Santana Lopes. Em todo o caso, não é objectivamente verdade que esse comportamento esteja a ser analisado como se fosse uma inquestionável verdade divina. Bem pelo contrário, o que é interessante em tudo isto é que, a pretexto do caso, estejam a vir ao de cima visões muito diversas — e, em muitos aspectos, inconciliáveis — sobre os protagonistas da cena política e, em particular, sobre as suas relações com o espaço mediático e televisivo.
Quando se fala em "consenso" (e, por vezes, a palavra vem do próprio meio jornalístico) está-se a prestar um péssimo serviço ao simples gosto de pensar. De facto, as coisas não são a preto e branco — é sempre possível lidar com o real para além da oposição automática do "pró" e do "contra". Julgar que o mundo se reduz a esse maniqueísmo é também um modelo de infantilismo cognitivo, moral, político e... jornalístico.
CONSENSO?
Sejamos objectivos até onde é possível — digamos, então, que é verdade que a maioria das apreciações do caso vão no sentido de valorizar de forma positiva o comportamento de Santana Lopes. Em todo o caso, não é objectivamente verdade que esse comportamento esteja a ser analisado como se fosse uma inquestionável verdade divina. Bem pelo contrário, o que é interessante em tudo isto é que, a pretexto do caso, estejam a vir ao de cima visões muito diversas — e, em muitos aspectos, inconciliáveis — sobre os protagonistas da cena política e, em particular, sobre as suas relações com o espaço mediático e televisivo.
Quando se fala em "consenso" (e, por vezes, a palavra vem do próprio meio jornalístico) está-se a prestar um péssimo serviço ao simples gosto de pensar. De facto, as coisas não são a preto e branco — é sempre possível lidar com o real para além da oposição automática do "pró" e do "contra". Julgar que o mundo se reduz a esse maniqueísmo é também um modelo de infantilismo cognitivo, moral, político e... jornalístico.