Jane Wyman morreu em Palm Springs (Califórnia), contava 93 anos de idade. Dela ficam três "imagens de marca": em primeiro lugar, a de mulher de Ronald Reagan (foram casados entre 1940 e 1948); depois a de actriz distinguida com um Oscar pela sua interpretação num filme "esquecido" como Johnny Belinda (1948), de Jean Negulesco; enfim, a de velha dama de séries de televisão mais ou menos kitsch como Falcon Crest (1981-1990).
De facto, qualquer dessas visões é redutora: ela foi, sobretudo, um dos rostos da reconfiguração dramática e espectacular de Hollywood a partir da eclosão do sonoro, estando ligada a alguns títulos emblemáticos das décadas de 40 e 50. Numa síntese breve, mas exemplar, vale a pena recordar três: The Lost Weekend/Farrapo Humano (1945), lendário drama introspectivo de Billy Wilder, Stage Fright/Pânico nos Bastidores (1950), incursão policial pelo mundo do teatro com assinatura de Alfred Hitchcock, e Magnificent Obsession/Sublime Expiação (1954), um dos geniais melodramas de Douglas Sirk.
A partir de meados dos anos 60, trabalhou quase exclusivamente em televisão, tendo ganhou um Globo de Ouro de melhor actriz dramática, em 1984, precisamente com Falcon Crest.