
Por mim, acrescentarei que me parece um objecto admirável, digno dessa noção primitiva, mas enérgica, segundo a qual o cinema não serve para "reproduzir" o mundo, mas sim para o expor para além das visões automáticas e conservadoras do quotidiano: Taxidermia é uma espécie de psicodrama catártico sobre o comunismo húngaro, desmontando, em particular, a sua política de "purificação" forçada dos corpos e das emoções.
Escusado será dizer que se trata de um filme para separar sensibilidades, gostos e ideias. Isto é, um objecto que não pode gerar unanimidades. Tanto melhor, digo eu, quanto mais não seja porque a barulhenta monotonia das hiper-campanhas dos blockbusters já chega para nos entorpecer (mesmo quando os blockbusters possam ser brilhantes). Ao espectador interessado, recomenda-se que procure Taxidermia mesmo na sala mais escondida, já que, por certo, não o vai ver anunciado em grandes cartazes de rua.
Escusado será dizer que se trata de um filme para separar sensibilidades, gostos e ideias. Isto é, um objecto que não pode gerar unanimidades. Tanto melhor, digo eu, quanto mais não seja porque a barulhenta monotonia das hiper-campanhas dos blockbusters já chega para nos entorpecer (mesmo quando os blockbusters possam ser brilhantes). Ao espectador interessado, recomenda-se que procure Taxidermia mesmo na sala mais escondida, já que, por certo, não o vai ver anunciado em grandes cartazes de rua.