Pode gostar-se ou não, mas Michael Moore não engana ninguém: não faz documentários "objectivos", mas sim verdadeiros panfletos cinematográficos em que o assumir da primeira pessoa é elemento vital da estratégia de encenação & reportagem. O seu filme sobre o sistema de saúde nos EUA — Sicko — está a chegar às salas do seu país e tem, além do mais, um cartaz que é uma bela proeza formal e de marketing.
Depois da sua passagem em Cannes, depois de uma divulgação agitada e polémica, Sicko estreia amanhã (dia 29) em 441 salas americanas (francamente menos que o anterior filme de Moore, Fahrenheit 9/11, que ultrapassou as 2 mil salas). O seu trailer é uma peça elucidativa da estratégia narrativa de Moore. Quanto ao mercado português, Sicko, para já, não consta de nenhuma lista dos distribuidorers portugueses.