Transportando um violoncelo, Alfred Hitchcock tenta entrar num comboio, surpreendendo o inquieto Farley Granger — a imagem pertence a O Desconhecido do Norte Expresso (1951), exemplo clássico das teias de inocência e culpa com que Hitchcock nos soube envolver e também, já agora, da peculiar musicalidade das suas narrativas. É isso, justamente, que Jack Sullivan se propõe analisar em Hitchcock's Music, livro recentemente editado pela Yale University Press. Sullivan sublinha a importância decisiva das bandas de sonora dos filmes de Hitchcock, em particular as que foram compostas pelo genial Bernard Herrmann, avaliando o seu peso específico na ambiência dramática das suas histórias — vale a pena ouvir o autor do livro, em conversa com Scott Simon, aos microfones da NPR.