A 9 de Junho de 2001, no Palau Sant Jordi, de Barcelona, no concerto de abertura da Drowned World Tour, Madonna apareceu a tocar guitarra. Nada de electricidades nem de riffs mais ou menos delirantes: apenas a aplicação dedicada de uma aluna que gostava de mostrar, assim, ao seu público, uma nova proeza pessoal. Agora, quando olhamos para as imagens de The Confessions Tour, deparamos com uma festiva transfiguração. De facto, embora continuando a explorar as mais modernas tecnologias, Madonna nunca descura esta dimensão eminentemente pessoal — e muito física — de qualquer performance. Durante a interpretação de I Love New York, em particular, exibe-se em pura pose de rock, dir-se-ia que roubando energia (e até alguns gestos — pensemos em Pete Townshend...) aos mestres das artes das guitarras muito eléctricas. Tudo isto sem que, por um único momento, a sua singularidade se perca em qualquer efeito de "imitação". Sou eu — diz ela, sem remorso. E com o som muito alto.