Para que serve, afinal, um ecrã de video no fundo de um palco? Sejamos realistas: em muitos casos, com maior ou menor originalidade, não passa de uma tela "ilustrativa" das músicas e canções. Em The Confessions Tour, Madonna utiliza o video muito para além de qualquer função meramente decorativa. Por alguma razão, por vezes — em directo ou, por assim dizer, em diferido — é ela própria que lá aparece. Na complexa teia simbólica do espectáculo, o video favorece uma dimensão de vertigem que, não por acaso, reforça a afirmação do concreto. Afinal de contas, não é verdade que vivemos num mundo de muitas imagens? Pois bem, trata-se de controlar a sua proliferação, obrigando-as a satisfazer os desígnios dos corpos e das vontades. Virtual, ma non troppo...