A segunda noite está a ser musicalmente mais estimulante que a primeira.
Goldfrapp em esmagador exemplo de domínio das artes do palco, num concerto notável.
David Fonseca em igualmente soberba actuação, sublinhada pela presença protagonista de temas mais sanguíneos, de pulso mais evidente, e com um lote saboroso de boas versões, entre as quais belas leituras para
My Sharona (dos Knack) e
Da Da Da (dos Trio). Afinal, o músico mais não faz que dar corpo em palco a uma obra que já o consagrou como autor e intérprete, aceitando como complemento o desafio da construção de versões, opção clássica nos espaços da música popular e, claro, forma sempre agradável de descobrir marcas de gostos e vivências. De versões tratou também o concerto dos
Nouvelle Vague,
cabaret de
new wave travestida em roupas leves, poses sedutoras, leituras bem pensadas.
A nota mais promissora do dia aponta-se à estreia festivaleira dos
2008 (na foto), que finalmente vi em concerto completo. Confirmação em pleno das expectativas: boas canções, boas ideias, versatilidade nas formas, inequívoca vitalidade na actuação, força no som e... inesperada manifestação de comunicação informal na recta final do alinhamento. Marcam pontos uma vez mais,
Caratequide e
Acordes com Arroz a pedir, por tudo, mas sem pressa, um (merecido) lugar no FM. Havia profissionais da indústria discográfica e jornalistas espantados (e rendidos) perante a revelação. Sigam este caminho, não percam a identidade e postura, e irão longe.
Foto de Rodrigo Cabrita