Foi um daqueles anos em que o Oscar de melhor filme não coincidiu com o de melhor realizador: Um Americano em Paris, de Vincente Minnelli, levou a estatueta máxima; mas foi George Stevens, com Um Lugar ao Sol, o eleito na categoria de realização. Protagonizado por um par divino — Elizabeth Taylor/Montgomery Clift — o filme de Stevens era o segundo a transpor para cinema um romance de referência — An American Tragedy, de Theodore Dreiser — da literatura americana do século XX (a primeira versão conservava o título do livro e fora dirigida por Josef von Sternberg, em 1931). Através da paixão dramática (trágica, como diz o título de Dreiser) do par Taylor/Clift, Stevens filmava a teia simbólica de uma América interior em que a verdade do amor se confronta com o aparato das aparências sociais e morais. Genuíno exemplo do mais puro classicismo de Hollywood, Um Lugar ao Sol rapidamente entrou na galeria dos filmes capazes de reflectir as convulsões do imaginário colectivo. Acabou por sair da noite dos Oscars referentes a 1951 com o mesmo número de distinções (seis) que Um Americano em Paris: além de Stevens, Um Lugar ao Sol foi ainda premiado nas categorias de melhor fotografia (preto e branco), melhor guarda-roupa (preto e branco), melhor montagem, melhor música (drama ou comédia) e melhor argumento.