quinta-feira, janeiro 26, 2006

Filme de Cocteau com ópera de Glass

A Criterion lançou uma nova edição do clássico de 1943 de Jean Cocteau La Belle et La Bête. A grande novidade desta edição é a inclusão, numa pista áudio extra, da ópera que Philip Glass compôs para acompanhar, em sincronismo, a projecção deste filme (ao jeito do que havia feito já no Drácula de Todd Browning e na trilogia que o compositor rodou com Godfrey Reggio). Apesar de há muito editada em disco, a ópera ganha outra dimensão ao ser apresentada na sua forma audiovisual pretendida por Philip Glass. A música segue a sua linguagem habitual, apesar de dominada por um classicismo que muito deve à criação de uma encenação de época, segundo a visão de Cocteau. As vozes são impressionantemente apontadas aos movimentos das falas originais, integralmente substituídas por canto nesta versão alternativa. Esta é uma das três óperas de uma trilogia que Philip Glass compôs inspirada em filmes de Jean Cocteau, e a única pensada para exibição síncrona com o filme. As duas outras são Les Enfants Terribles, exibida há alguns anos no CCB e recentemente editada em CD duplo pela Orange Mountain Music (a editora de Glass), e Orphée, ainda à espera de edição em disco.

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