A Walt Disney comprou, por seis mil milhões de euros, a Pixar, o estúdio especializado em animação digital que nos últimos anos garantiu ao gigante do entretenimento “familiar” os seus maiores êxitos, com filmes como Toy Story, Vida de Insecto, Monstros e Companhia, À Procura de Nemo ou Os Super-Heróis. O negócio prevê, além da compra, a integração na administração da Disney de Steve Jobs (o presidente da Pixar e também reconhecido responsável máximo da Apple, e grande dinamizador da explosão global do fenómeno iPod). Nos últimos anos, com a progressiva perda de terreno na área da animação convencional (o último grande sucesso, Tarzan, data já de 1999), com Chicken Little (o primeiro filme digital da Disney sem intervenção da Pixar) a ficar muito aquém nos lucros, e sob evidente concorrência da animação digital dos estúdios DreamWorks (recentemente adquiridos pela Paramount), que produziu sucessos como Shrek, O Gang dos Tubarões e Madagáscar, a Pixar era, pois, vista como fundamental para a saúde da companhia. Perante o iminente fim do contrato de distribuição que ligava a Pixar à Disney - e que termina com Cars, a estrear este ano - a compra tornara-se a única saída viável. Robert Iger, que desde Outubro assumira o leme na Disney, explicou que, com este negócio fechado, poderá devolver os estúdios à sua grandiosidade. Iger e Jobs já deixaram claro que esta aquisição não ameaçará a identidade de uma certa cultura muito própria que a Pixar toma como fundamental na sua afirmação pessoal. A dança das cadeiras já começou, entretanto, com os directores da Disney a ceder lugar na direcção geral de animação, na chefia criativa e até mesmo na consultoria para parques temáticos, agora entregues a figuras de destaque na Pixar.
A Pixar tem, entretanto, e até dia 6 de Fevereiro, uma exposição sobre os seus 20 anos de actividade patente no MoMA, em Nova Iorque. Um catálogo e uma descrição da exposição encontram-se aqui.
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