Alguma vez o cinema conseguiu fundir o maravilhoso do teatro com a complexidade do romance, a exuberância da ópera com a intimidade de um exercício confessional? A resposta é optimista: sim, algumas vezes... E se for preciso um só exemplo, belíssimo e inapagável, podemos encontrá-lo em Senso (1954), o filme em que Luchino Visconti colocou em cena a convulsiva história de amor de uma italiana, a condessa Livia Serpieri (Alida Valli), e um austríaco, o tenente Franz Mahler (Farley Granger), tendo por pano de fundo a Itália de 1866 e os derradeiros dias da ocupação austríaca — esse filme está de volta, hoje, às 19h30, à sala da Cinemateca. É uma oportunidade tanto mais interessante de descoberta ou revisão da obra-prima de Visconti, quanto outro dos seus filmes marcantes sobre a história italiana — O Leopardo (1963) — vai ser reposto na sala lisboeta do Nimas, a partir do dia 2 de Fevereiro.
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