No dia 15 de Outubro, começa na Culturgest o Doc Lisboa 2005 (III Festival Internacional de Cinema Documental), um certame cujas edições anteriores justificam as melhores expectativas. Vale a pena, por isso, ler as declarações dos respectivos programadores — Ana Isabel Strindberg e Nuno Sena —, hoje na «Pública» (entrevista de Alexandra Prado Coelho). Vale a pena, sobretudo, sublinhar como as suas palavras, certeiras e pedagógicas, reflectem um problema estrutural para o qual, há muitos anos, algumas vozes da crítica têm chamado a atenção. A saber: a necessidade de repensar os modos de distribuir e exibir filmes a partir do conhecimento (e do estudo) das alterações profundas dos espectadores de cinema. E se isto é válido para a área específica do documentário, torna-se ainda mais urgente no espaço mais geral do cinema dito de ficção.
Diz Nuno Sena: «As salas estão a perder gente porque os programadores tradicionais, os distribuidores comerciais que temos, estão envelhecidos. Não têm neste momento uma noção muito clara sobre o que é o público do cinema, em termos etários, socio-demográficos e de hábitos de consumo cultural.» Há dez ou quinze anos, esta já era uma questão a ter em conta. Agora, como sempre, importa ter a consciência clara de que o mercado não vive apenas de blockbusters (mesmo quando possam ser obras-primas). Ou seja: a diversificação é, continua a ser, um fundamental valor cultural & comercial.
* Doc Lisboa
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Diz Nuno Sena: «As salas estão a perder gente porque os programadores tradicionais, os distribuidores comerciais que temos, estão envelhecidos. Não têm neste momento uma noção muito clara sobre o que é o público do cinema, em termos etários, socio-demográficos e de hábitos de consumo cultural.» Há dez ou quinze anos, esta já era uma questão a ter em conta. Agora, como sempre, importa ter a consciência clara de que o mercado não vive apenas de blockbusters (mesmo quando possam ser obras-primas). Ou seja: a diversificação é, continua a ser, um fundamental valor cultural & comercial.
* Doc Lisboa