
Animados de um sentido de humor ostensivo e decididos a fazer de cada canção, de cada concerto, uma festa, estrearam-se em disco em 1979 com o inesquecível The B-52’s, que nasceu como fenómeno de culto, fez-se ao mundo e acabou reconhecido como um dos documentos fundamentais da new wave. Consagrando uma atitude que deles fazia originais entre os mais originais, os B-52’s cruzaram neste álbum toda uma mão cheia de referências pop, das ingenuidades pré-Beatles ao formatado surf, das letras que captavam o suspense e curiosidade sci-fi das séries B de 50 às mecânicas rítmicas white funk, algumas sugestões de vanguardismo arty, tudo isto sob fundações herdadas do punk. As vozes agudas de Kate Piserson e Cindy Wilson e o canto teatralizado, quase falado, de Fred Schneider vincaram mais ainda a identidade claramente distinta das demais que os B-52’s celebraram num disco que defniu o seu caminho (e o de alguns seguidores). O álbum é um dos registos fundamentais do seu tempo e mostra sinais evidentes de uma relação fortíssima da banda com a ideia da construção do single pop perfeito, com claros exemplos em Rock Lobster, Planet Claire ou Dance This Mess Around. Nota final ainda para a fabulosa perversão do clássico Downtown de Petula Clarke, agora com roupinhas new wave…
The B-52’s. “The B-52’s” (Island, 1979)
Se gostou, escute depois:
Lene Lovich. “Flex” (1980)
Devo. “Freedom Of Choice” (1980)
Tom Tom Club. “Tom Tom Club” (1981)