Não é por acaso que os entusiasmos se começam a somar na imprensa internacional em torno da estreia dos The Rakes. São uma nova banda britânica claramente herdeira das manifestações de redescoberta do fenómeno pós-punk (lá estão novamente os Gang Of Four no cenário e os Strokes no gatilho), mas a estas pistas acrescentam uma intrensidade rítmica que não esconde os encantos do baixista pela música de dança, textos por vezes ácidos (aqui e ali lembram os Pulp) e um sentido melodista pop de primeira água (já lhes chamaram os Monkees do punk britânico, sem maldade na comparação). Mais próximos de uns Bloc Party (Kele Okerke até já substituiu pontualmente o vocalista Alan Donohue) e de uns Maximo Park, acabam de editar o álbum de estreia Capture, pela V2. A ouvir!
A Eugénia S. Figueiredo acrescenta mais condimentação, referindo-se a um outro tema de um álbum que, entre nós, a Edel editará brevemente. Eis, primeiro, um excerto da letra de Work Work Work (Pub, Club, Sleep):
(...) if that prick coughs again
In the back of my head
I'll smash your fucking face in
Ok, that's it, take a deep breath
I've got to get out of here
I've got to clear my head
(...) It's all these words, ideas and different arguments
Someone's always talking when I try to make some sense
From all this stress that is constantly going on
I just drift along with no focus or meaning (...)
E o comentário: «Poderia ser uma citação frequente de um diário de qualquer um de nós que tenha o infortúnio de ter um desses empregos de sobrevivência material, que sendo menos desesperante que o desemprego sem subsídio, acaba ainda assim por mal chegar para a sobrevivência material isto já para não falar da sobrevivência espiritual. The Rakes, em resumo, não são apenas música de qualidade mas também realismo britânico no seu melhor»
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