quarta-feira, setembro 14, 2005

Gomo em Nova Iorque

De Nova Iorque chegam mais notícias, desta feita a actuação do Gomo no Mercury Longe na passada sexta-feira. A Liliana Moreira esteve lá e conta como foi:
«Depois da estreia nestas coisas das internacionalizações no Viper Room e El Rey em Los Angeles, o projecto Gomo voou até Nova Iorque. Às 20:30 da passada sexta ouviu-se um feeling alive colorido no Mercury Lounge, Lower East Side. O espaço fica a poucos passos do Katz, o mítico estabelecimento onde Billy Crystal “conheceu” Meg Ryan. Turístico mas apetecível, diz-se que desde 1888 servem os melhores knishes da cidade e é até possível sentarmo-nos na mesa onde Harry met Sally e repetir os… ruídos!! Ao lado fica o Sunshine Theatre, quase da mesma idade. É na minha opinião um dos mais bonitos e inteligentemente recuperados cinemas de NY. Aposta-se na programação de filmes independentes e estrangeiros e no terceiro andar a vista é arrebatadora.
Voltando a Paulo Gouveia. Numa conversa anterior ao concerto fiquei a saber que as performances na Califórnia tinham dado fruto. Coincidência (parece-me que não), a banda teve no público caras da indústria discográfica americana prontas a sacar da caneta, e os aplausos estenderam-se à K-rock que uns minutos após o concerto passava
Best of Gomo.
O Mercury é um sítio apetecível, clean. De rock'n'roll só algumas noites. Na sexta foi mesmo pop. Não posso afirmar com certezas mas calculo que o espaço pode acolher umas 300 pessoas. O número não chegou aos 100 naquela noite. David Parnes, que agenciou Gomo para estes espectáculos, confessou-me uma certa amargura de boca. Ninguém da comunicação social portuguesa (a não ser a RTPi) fez um esforço por espreitar o que por lá passava. Um mal menor, até porque o objectivo não era arrebatar a comunidade lusa mas arrancar a atenção do mercado americano.
Se eu não soubesse que nem um dos elementos da banda tinha dormido na noite anterior, bem podia dizer que o sumo era fresco. Ninguém percebeu as olheiras, principalmente porque a reacção ao primeiro acorde em maior foi instantânea. Eu, confesso, saltei durante todo o concerto, exceptuando uns momentos em que fiz questão de me colocar (estratégia de coscuvilheira) a ouvir os comentários dos presentes. “fun, fun”, “look at his belt”, “where is he from?”. Ah, o cinto. Pois, o Paulo trazia uma camisa azul , um blazer adornado com umas asas de anjo nas costas e um cinto realmente original. Não consegui perceber como mas era tal qual os billboards de Times Square só que em ponto pequeno: na fivela acendiam-se umas intensas luzes vermelhas a correrem da direita para a esquerda, mostrando uma palavra: GOMO. Acho que quem viu e ouviu o projecto pela primeira vez notou o cuidado com os detalhes. Quem, como eu, foi repetente, notou uma evolução. E houve até quem se surpreendesse com o inglês perceptível e fluente do Paulo. Tenho a sensação que se a meia hora se estendesse não teria havido reclamações.»


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