terça-feira, setembro 13, 2005

"Aurora": uma reposição-quase-estreia

Quando dizemos o mais belo filme do mundo, estamos sempre a simplificar, como é óbvio: nenhum filme, por mais belo, pode ocultar as maravilhas de outros. Mas, por vezes, um filme é de tal modo único que...
Digamos, então, que Aurora (1927), de F. W. Murnau é um dos mais belos filmes a merecer o epíteto de... o mais belo de todos: um melodrama sobre um encontro amoroso (a song of two humans, diz o subtítulo) que possui a dimensão rara de uma redenção tornada possível pelas próprias formas cinematográficas. Lembremos, sobretudo, que Aurora vai reaparecer, em cópia nova, no cinema Nimas.
Esta é uma reposição-quase-estreia que, além do mais, marca uma viragem numa das salas "alternativas" de Lisboa. Dirigido pela Medeia Filmes, o Nimas foi, durante alguns anos, um espaço vocacionado para a produção francesa. Agora, a sala vai orientar-se para os clássicos e também para a área documental. A nova fase começará com um ciclo retrospectivo, no qual se incluirão, entre outros, Buena Vista Social Club (1999), de Wim Wenders, Wanda (1971), de Barbara Loden, e A Sombra do Caçador (1955), de Charles Laughton — este ciclo arranca a 15 de Setembro e termina a 12 de Outubro; a partir do dia 13, teremos Aurora.
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