sábado, julho 19, 2025

Alan Bergman (1925 - 2025)

Marilyn e Alan Bergman com os Oscars ganhos por Yentl (9 abril 1984)

Com uma carreira pontuada por algumas canções lendárias do cinema americano, Alan Bergman faleceu na sua casa de Los Angeles, poucas semanas antes daquele que seria o seu 100º aniversário — texto publicado no Diário de Notícias (18 junho).

Ao longo da história de mais de seis décadas de canções nos filmes de Hollywood, Alan Bergman simbolizou um estilo feliz que nunca abandonou os valores clássicos próximos de um genuíno romantismo. Nascido a 11 de setembro de 1925, em Nova Iorque, morreu na quinta-feira, dia 17, na sua casa de Los Angeles — faltavam, portanto, menos de dois meses para completar 100 anos.
O seu legado é indissociável da colaboração com Marilyn Bergman, sua mulher, falecida em 2022. No Calor da Noite (1967), de Norman Jewison, um policial protagonizado por Sidney Poitier, foi o filme que lhes abriu as portas dos grandes estúdios. Entre os títulos a que a sua parceria está ligada incluem-se O Juiz Roy Bean (1972), um “western” de John Huston, com Paul Newman, Tootsie (1982), comédia de costumes de Sydney Pollack centrada numa das melhores interpretações de Dustin Hoffman, e Nunca Mais Digas Nunca (1983), uma aventura (não oficial) de James Bond, com Sean Connery sob a direcção de Irvin Kershner.
Em qualquer caso, os trabalhos mais célebres do casal Bergman são aqueles que lhes valeram Oscars. Ou seja:

— THE WINDMILLS OF YOUR MIND: interpretada por Noel Harrison, a canção tornou-se numa referência de culto de The Thomas Crown Affair / O Grande Mestre do Crime (1968), policial romântico com o par Steve McQueen/Fay Dunaway sob a direcção de Norman Jewison.


— THE WAY WE WERE: tema-título de um grande sucesso de Robert Redford/Barbra Streisand com realização de Sydney Pollack, entre nós lançado como O Nosso Amor de Ontem — transformou-se num dos “standards” mais populares da própria Barbra Streisand.
 

— THE WAY HE MAKES ME FEEL: de novo por Barbra Streisand, aqui como actriz, cantora e realizadora, este é um dos temas que integra a banda sonora de Yentl, filme baseado num conto de Isaac Bashevis Singer sob uma jovem polaca de origem judaica no começo do século XX — este Oscar, partilhado com Michel Legrand, não foi de melhor canção, mas de melhor arranjo musical das canções (categoria mais tarde abandonada).
 

>>> Obituário em The Hollywood Reporter.