Actor de todas as subtilezas e todas as contradições do factor humano, "oscarizado" com O Beijo da Mulher Aranha (1985), o americano William Hurt faleceu no dia 13 de março, vitimado por cancro na próstata — completaria 72 anos no dia 20.
Actor de todas as subtilezas e todas as contradições do factor humano, "oscarizado" com O Beijo da Mulher Aranha (1985), o americano William Hurt faleceu no dia 13 de março, vitimado por cancro na próstata — completaria 72 anos no dia 20.
Disse ele uma vez: “O cinema não é uma arte inata, o teatro é. Se todos os filmes do mundo desaparecessem hoje, continuava a haver representação.” Talvez seja uma boa maneira de resumir a admirável pluralidade do seu trabalho, envolvendo personagens como o homossexual de O Beijo da Mulher Aranha (Hector Babenco, 1985), o escritor de guias de viagem de O Turista Acidental (1988) ou ainda o mestre pensador de A.I. - Inteligência Artificial (Steven Spielberg, 2001). Dito de outro modo: possuindo uma impecável formação teatral, Hurt foi um ser eminentemente cinematográfico, genial ao ponto de nos fazer sentir que as suas personagens, pelo menos nos grandes filmes em que participou, nasciam de um processo de construção em que o actor nunca era um “ilustrador”, antes um investigador disposto a arriscar a segurança da sua própria imagem.
>>> Genérico e cena de abertura de O Turista Acidental.
>>> Cena de A.I. - Inteligência Artificial, com Haley Joel Osment.
>>> Cena de Uma História de Violência (David Cronenberg, 2005), com Viggo Mortensen.
>>> Obituário em The Hollywood Reporter.