Actor, produtor, argumentista, realizador e, por fim, distribuidor/exibidor, foi um eterno marginal do cinema francês: Jean-Pierre Mocky faleceu no dia 8 de Agosto, em Paris — contava 90 anos.
O cognome de "franco-atirador" acompanhou-o desde que, já uma carreira de actor, começou a realizar os seus filmes, estreando-se em 1959 com o drama Les Dragueurs, protagonizado por Charles Aznavour. Aliás, Aznavour seria um dos seus intérpretes de eleição, a par de Bourvil (que dirigiu, por exemplo, em La Grande Lessive, uma comédia de 1968 contra os estereótipos televisivos) ou Michel Serrault (actor em doze dos seus filmes, incluindo Le Miraculé, farsa de 1987 denunciando a mercantilização das peregrinações religiosas a Lourdes).
Coabitou com a Nova Vaga e todas as transformações posteriores da produção francesa, embora mantendo-se como um obstinado individualista; em meados dos anos 90, tentando contrariar as dificuldades de difusão do seu trabalho, adquiriu mesmo uma sala de Paris, especialmente vocacionada para a exibição dos seus próprios filmes. Em qualquer caso, a sua solidão criativa, muitas vezes expressa através de contundentes críticas sociais, não o impediu de dirigir algumas grandes estrelas do cinema francês, incluindo Fernandel (em 1967, na comédia policial La Bourse et la Vie), Jacques Dutronc (em 1982, na sátira política Y a-t-il un Français dans la Salle?), Jeanne Moreau (no citado Le Miraculé) e Catherine Deneuve (em 1987, no "thriller" Agent Trouble).
De uma versatilidade incrível, da escrita de argumentos à interpretação — integra o elenco de uma boa metade dos seus filmes, incluindo o emblemático Solo (1970), drama policial do pós-Maio 68 —, Mocky trabalhou também regularmente na televisão, de tal modo que a sua filmografia global contém mais de uma centena de títulos. Em 2016, Charles Schnaebele e Virgile Tyrode dedicaram-lhe o documentário La Loi de l'Albatros; no mesmo ano, publicou a auto-biografia Mocky soit qui mal y pense.
O cognome de "franco-atirador" acompanhou-o desde que, já uma carreira de actor, começou a realizar os seus filmes, estreando-se em 1959 com o drama Les Dragueurs, protagonizado por Charles Aznavour. Aliás, Aznavour seria um dos seus intérpretes de eleição, a par de Bourvil (que dirigiu, por exemplo, em La Grande Lessive, uma comédia de 1968 contra os estereótipos televisivos) ou Michel Serrault (actor em doze dos seus filmes, incluindo Le Miraculé, farsa de 1987 denunciando a mercantilização das peregrinações religiosas a Lourdes).
Coabitou com a Nova Vaga e todas as transformações posteriores da produção francesa, embora mantendo-se como um obstinado individualista; em meados dos anos 90, tentando contrariar as dificuldades de difusão do seu trabalho, adquiriu mesmo uma sala de Paris, especialmente vocacionada para a exibição dos seus próprios filmes. Em qualquer caso, a sua solidão criativa, muitas vezes expressa através de contundentes críticas sociais, não o impediu de dirigir algumas grandes estrelas do cinema francês, incluindo Fernandel (em 1967, na comédia policial La Bourse et la Vie), Jacques Dutronc (em 1982, na sátira política Y a-t-il un Français dans la Salle?), Jeanne Moreau (no citado Le Miraculé) e Catherine Deneuve (em 1987, no "thriller" Agent Trouble).
De uma versatilidade incrível, da escrita de argumentos à interpretação — integra o elenco de uma boa metade dos seus filmes, incluindo o emblemático Solo (1970), drama policial do pós-Maio 68 —, Mocky trabalhou também regularmente na televisão, de tal modo que a sua filmografia global contém mais de uma centena de títulos. Em 2016, Charles Schnaebele e Virgile Tyrode dedicaram-lhe o documentário La Loi de l'Albatros; no mesmo ano, publicou a auto-biografia Mocky soit qui mal y pense.
>>> Trailer de Y a-t-il un Français dans la Salle? + trailer do documentário La Loi de l'Albatros + entrevista ao jornal Le Figaro (por ocasião da morte de Charles Aznavour, Outubro 2018).
>>> Obituário no canal Arte.