domingo, agosto 19, 2018

Sophie, aliás, SOPHIE

Pequeno aviso pedagógico ao leitor desta nota: se não conhece Sophie Xeon — nome artístico Sophie, aliás SOPHIE —, não acredite muito nas tentativas de descrever o seu universo (incluindo esta). Escocesa, nascida em 1986 em Glasgow, podemos caracterizá-la como uma mulher de sínteses.
Por causa dos sintetizadores? Sim, por certo, mas sobretudo porque a sua música, enraizada numa experiência que vai da produção às funções de disc jockey, passando pela composição e pelo canto, se oferece como uma síntese paradoxal: nela detectamos os sinais de uma pop primitiva, sempre apelando à dança, ao mesmo tempo que cada uma das suas canções parece visar uma interioridade selvagem que não se acomoda a nenhuma matriz. Pensamos, por exemplo, nos efeitos de corte e sutura dos primeiros tempos dos Matmos, desde logo nessa obra-prima inclassificável que é A Chance to Cut Is a Chance to Cure (2001)... Mas tudo se passa como se SOPHIE tivesse descoberto (ou inventado) uma galáxia musical que só ela habita.
Enfim, simplificando: é mesmo preciso escutar o prodigioso Oil of Every Pearl's Un-Insides, álbum de estreia, experimental e festivo, que mais parece o resultado de uma veterania sem complexos, apostada em discutir as suas (e nossas) certezas.
Como se tudo isso não bastasse, SOPHIE tem ideias e conceitos para sustentar uma admirável paisagem visual. A prova, em dois telediscos: It's Okay To Cry e Faceshopping.




>>> Site oficial de SOPHIE.