Todos os sexos são ambíguos. Todos os cenários são incertos. Qualquer recanto, por mais recatado ou intimista, acaba por ser exposto, porventura denunciado, através de um mapa global. A Ásia é a nova Europa. Assim vai o mundo em que vivemos — o anúncio de Black Opium, de Yves Saint Laurent, com Zoë Kravitz [Vogue], é a celebração angustiada desse modo de estar em todo o lado e não pertencer a nenhum lugar. O perfume, na sua vocação de coisa presente, mas sempre imponderável, talvez seja a derradeira utopia — o perfume, não o corpo por ele perfumado.