Não há simpatia clubista nem fair play que consigam resistir à avalancha de vulgaridades que, socialmente, passou a enquadrar os confrontos futebolísticos. Infelizmente, os clubes, com triste destaque para os grandes (?), tendem a equivaler-se nos mesmos discursos oficiais (!) que ignoram a possibilidade de uma salutar rivalidade, alimentando antes uma mentalidade de permanente conflito. O simples prazer de ver um jogo de futebol há muito foi reduzido a um detalhe irrelevante...
O mais espantoso — e também o mais triste — é o modo como tudo isso, regularmente, se transfigura em "acontecimento" jornalístico. Esta manchete do jornal A Bola (3 Março) é reveladora de uma cultura do conflito que já nem se redime pela ironia que os jornalistas, eventualmente, reivindicarão para o seu trabalho.
Não é uma questão de verdade ou mentira — não se trata de discutir a precisão da informação (nem de pôr em causa que os presidentes dos clubes, ou qualquer um dos seus representantes, digam o que muito bem entenderem). Apenas se lamenta a redução da cultura jornalística a uma prática de exuberante simplismo e quotidiana superficialidade.
Não é uma questão de verdade ou mentira — não se trata de discutir a precisão da informação (nem de pôr em causa que os presidentes dos clubes, ou qualquer um dos seus representantes, digam o que muito bem entenderem). Apenas se lamenta a redução da cultura jornalística a uma prática de exuberante simplismo e quotidiana superficialidade.