sexta-feira, janeiro 15, 2016

Os melhores filmes de 2015 [JL]

Os "melhores" do ano? Sim, mas... Enfim, evitemos as disputas infantis e não esqueçamos os que qualquer lista, por princípio, exclui. Lembremos também que a pressão mediática (nem sempre muito cinéfila) para escolher os melhores dos últimos doze meses é um jogo arbitrário que, apesar de tudo, vale a pena jogar — em boa verdade, o cinema não muda porque o calendário muda, mas a tradição tem ciclos que vale a pena respeitar e, de alguma maneira, celebrar.
Celebro, por isso, o génio de Godard, voltando a mostrar que o 3D constitui uma espécie de novo grau zero do cinema, moribundo segundo ele, vibrante através dele, das suas imagens e sons.
E também as singularidades dos grandes narradores americanos, de Zemeckis a P. T. Anderson, passando por Demme, mais ou menos penalizados na sua visibilidade por um mercado que, estranhamente, não sabe muito bem o que fazer com a diferença dos seus filmes.
Este foi, enfim, o ano de um cineasta nos lembrar que basta uma câmara e um taxi para conjugar a ideia de liberdade. E de uma Miss Julie capaz de nos fazer redescobrir a energia primordial de um cinema ancorado na vibração da palavra e dos corpos. Foi ainda o ano em que Meryl Streep achou por bem voltar a cantar — video em baixo para nos ajudar a perceber o que, cinematograficamente, pode ser a verdade de uma presença.

1. ADEUS À LINGUAGEM, Jean-Luc Godard

2. CORAÇÃO DE CÃO, Laurie Anderson

3. O DESAFIO, Robert Zemeckis

4. O OLHAR DO SILÊNCIO, Joshua Oppenheimer

5. VÍCIO INTRÍNSECO, Paul Thomas Anderson

6. TAXI, Jafar Panahi

7. SNIPER AMERICANO, Clint Eastwood

8. STEVE JOBS, Danny Boyle

9. MISS JULIE, Liv Ullmann

10. RICKI E OS FLASH, Jonathan Demme