Passam em 2015 cem anos sobre o nascimento de Frank Sinatra. E assim, ao longo do ano, o Sound + Vision vai aqui evocar alguns momentos da sua obra.
Se tivesse de escolher um disco de Sinatra... Um só (e é coisa difícil)... Deixando de parte alguns títulos não menos macantes como Sinatra Sings for Only The Lonely, Strangers In The Night, In The Wee Small Hours ou Moonlight Sinatra, a escolha acabaria por destacar September of My Years. Editado em 1965, numa etapa em que era através da Reprise Records (criada pelo próprio) que lançava os seus discos, este foi o quinto episódio de colaboração com o maestro e arranjador Gordon Jeninks e o mais exemplar desses seus vários momentos de trabalho conjunto com orquestra. Além da brilhante escolha de repertório (essencialmente feita em canções relativamente recentes, algumas de autores então menos conhecidos, com espaço para alguns clássicos, um deles September Song, de Weil e Brecht), o álbum destaca precisamente um trabalho notável de uma orquestra sumptuosa que encontra o perfeito parceiro de diálogo num Sinatra, então com 50 anos, a viver os seus melhores dias como cantor.
Disco sobre o envelhecimento e o valor da memória, tem entre o alinhamento não apenas o irrepetível It Was A Very Good Year (em cuja sessão de gravação esteve presente uma equipa de televisão, que levou depois essas imagens ao programa de Walter Cronkite) mas também o tema título que se tornou outra referencia da obra de Sinatra, tão pessoal na sua interpretação que raras foram as vezes em que outros abordaram esta canção.
Registado em quatro sessões de gravação entre abril e maio de 1965, editado em agosto do mesmo ano (ou seja, celebra o seu cinquentenário em 2015), September of My Years valeu a Sinatra vários Grammys em 1966 e representou, depois de The Concert Sinatra (1963) o seu segundo grande lançamento através da Reprise, para a qual começara a gravar em 1961.
Podem recordar aqui imagens da gravação de It Was A Very Good Year.