domingo, janeiro 04, 2015

Que política cultural?

ANTHONY VAN DYCK
Carlos I, Rei de Inglaterra (1635)
Museu do Louvre
>>> Por todo o lado as colectividades públicas obcecadas pela comunicação, bloqueadas por números e resultados, assombradas pela segurança, não cessam de destilar a ideia venenosa segundo a qual a acção artística e cultural é dispendiosa. É-o, sem dúvida, quando se trata de desafiar os sentidos e procurar a perfeição; é-o tanto mais quanto os moralistas dos custos são os mesmos que celebram Versalhes ou o Louvre pela sua rentabilidade, sem por um instante imaginarem que foram necessários loucos geniais, artistas ou políticos, para os conceber. E agora com eles lucrar.

Jean-Michel Djian
'Política cultural: para acabar com a indiferença'
in Libération (1 Jan. 2015)