Uma máquina do tempo levou ontem o Teatro da Encarnação a outros dias. A propósito do lançamento do livro Biografia do Ié Ié, de Luís Pinheiro de Almeida (que tive a honra e o prazer de apresentar), uma ‘Festa do Ié Ié’ levou ao palco daquele pacato bairro lisboeta uma série de nomes que aquelas páginas evocam.
Em alguns momentos acompanhados pelos Discovers (uma nova banda que procura celebrar memórias dos sessentas), atuaram ali alguns mitos maiores da história do ié ié português. O primeiro a subir ao palco foi (foto de cima), Daniel Bacelar, que foi em 1960 (num EP repartido com Os Conchas) o autor do primeiro disco do rock português. Aos 71 anos de idade deu brilhante conta do recado.
Depois de uma evocação do célebre Missing You dos Sheiks (com Edmundo Silva em palco), coube a vez de se mostrarem os Ekos, deixando claro porque no seu livro (e entrevistas) Luís Pinheiro de Almeida os aponta como expoentes maiores do ié ié português. A formação que ali se mostrava juntava músicos que passaram por várias etapas da vioda dos Ekos, mas firme ficou que as cores pop das suas canções merecem não ficar “esquecidas” apenas entre as coleções dos que têm (ou conseguem ainda encontrar) os seus belíssimos EPs em vinil.
Conclusão ao fim de uma tarde magnífica: ninguém faz uma digressão nacional (sim, a nostalgia para isto é um valor a explorar) com alguns destes primeiros heróis do pop/rock português?