O filme The Airstrip – Aufbruch der Moderne, Teil III sugere que o realizador deve a sua vida ao facto de bombas atómicas terem sido detonadas sobre Hiroxima e Nagasaki, colocando um ponto final na II Guerra Mundial. Na verdade, a menos que os pais estivessem de serviço n Pacífico, na Europa a capitulação da Alemanha acontecera já uns meses antes de Hiroxima... Mas enfim, há uma dimensão poética em jogo, que a presença da voz de Natja Brunckhorst (que conhecemos no histórico papel de Christiane F) sublinha ao colocar-nos num ponto de espera entre o lançamento da bomba e a (então) irreversibilidade da sua queda e detonação. É nesse momento de um certo vazio que lançamos uma série de olhares sobre construções. Obras que visitamos, sobretudo através de longos planos fixos, na Alemanha, Itália, França, Espanha, Argentina, Uruguai, México, Brasil, Estados Unidos, Ilhas Marianas e Japão, nelas procurando além das formas e materiais todo um conjunto de memórias e marcas de identidade que, na verdade, também habitam esses edifícios. Pena contudo o tão aparentemente descuidado trabalho de enquadramentos que fazem da contemplação destes edifícios visitados uma sucessão de imagens que pediam um olhar fotográfico mais apurado.
quinta-feira, maio 08, 2014
IndieLisboa 2014 (8):
O que vive antes da queda da bomba
O filme The Airstrip – Aufbruch der Moderne, Teil III sugere que o realizador deve a sua vida ao facto de bombas atómicas terem sido detonadas sobre Hiroxima e Nagasaki, colocando um ponto final na II Guerra Mundial. Na verdade, a menos que os pais estivessem de serviço n Pacífico, na Europa a capitulação da Alemanha acontecera já uns meses antes de Hiroxima... Mas enfim, há uma dimensão poética em jogo, que a presença da voz de Natja Brunckhorst (que conhecemos no histórico papel de Christiane F) sublinha ao colocar-nos num ponto de espera entre o lançamento da bomba e a (então) irreversibilidade da sua queda e detonação. É nesse momento de um certo vazio que lançamos uma série de olhares sobre construções. Obras que visitamos, sobretudo através de longos planos fixos, na Alemanha, Itália, França, Espanha, Argentina, Uruguai, México, Brasil, Estados Unidos, Ilhas Marianas e Japão, nelas procurando além das formas e materiais todo um conjunto de memórias e marcas de identidade que, na verdade, também habitam esses edifícios. Pena contudo o tão aparentemente descuidado trabalho de enquadramentos que fazem da contemplação destes edifícios visitados uma sucessão de imagens que pediam um olhar fotográfico mais apurado.