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David Cronenberg tem dito que o seu novo filme não é exactamente sobre Hollywood... Convém referir que a acção se passa em... Hollywood e envolve pessoas que trabalham na indústria cinematográfica de... Hollywood. Mais do que isso: todos parecem obcecados pela vontade de reproduzir na sua/nossa actualidade as glórias passadas de... Hollywood. Isto sem esquecer que o cartaz, numa figuração que não corresponde a nenhum momento específico co filme, nos mostra o fogo a devorar o mais universal símbolo de... Hollywood.
Que se passa, entao? Cronenberg tem razão, claro — a razão da inteligência contra a razão do imediatismo. É também uma razão artística e conceptual que, no fundo, corresponde ao relançamento e reinvençao do mais visceral dos seus temas. A saber: o de que não existem sexos diferentes ou diferenciados, apenas relacoes incestuosas. Acontece que Hollywood pode ser o espelho e o espectro dessa vertigem, o que não impede que Maps to the Stars exista também como uma espécie de sequela -- ou, melhor, de gémeo assombrado e assombroso — de Dead Ringers (1988), esse filme sublime a que o tradutor português, num gesto de improvável lucidez, chamou Irmãos Inseparáveis. Enfim, se Cannes acontecesse apenas para mostrar Maps to the Stars, tanto bastaria para ficar na história.
Que se passa, entao? Cronenberg tem razão, claro — a razão da inteligência contra a razão do imediatismo. É também uma razão artística e conceptual que, no fundo, corresponde ao relançamento e reinvençao do mais visceral dos seus temas. A saber: o de que não existem sexos diferentes ou diferenciados, apenas relacoes incestuosas. Acontece que Hollywood pode ser o espelho e o espectro dessa vertigem, o que não impede que Maps to the Stars exista também como uma espécie de sequela -- ou, melhor, de gémeo assombrado e assombroso — de Dead Ringers (1988), esse filme sublime a que o tradutor português, num gesto de improvável lucidez, chamou Irmãos Inseparáveis. Enfim, se Cannes acontecesse apenas para mostrar Maps to the Stars, tanto bastaria para ficar na história.