domingo, maio 11, 2014

A música do presente em 27 miniaturas


A tradição de apresentar pequenas peças, sob o pedido dos aplausos entusiasmados vindos da plateia, no final de atuações ao vivo, crê-se que remonte a Londres em inícios do século XVIII e aos espaços da ópera. Mas foi hábito que ganhou a forma que hoje conhecemos quando, no século XIX, Liszt ajudou a definir o modelo do recital. Raras são contudo as vezes em que escutamos peças de autores contemporâneos nesses instantes de celebração. E foi de uma série de buscas na Internet, que lhe tomaram uma noite inteira até que a manhã finalmente despertou, e que a levaria a contactos pessoais com 26 compositores do nosso tempo, que a violinista, de 33 anos, Hilary Hahn, definiu um conjunto de convites para que escrevessem novas miniaturas para violino e piano. Lançando depois um concurso para escolher o vigésimo sétimo.

Foi a própria violinista quem telefonou aos compositores, chamando assim a colaboração de nomes de várias geografias e espaços musicais, entre os quais surgiram figuras como David Lang, Valentin Silvestrov, Max Richter, Nico Muhly, Einojuhani Rautavara, Eliott Sharp ou James Newton Howard, aos quais se juntou Jeff Myers, o vencedor do concurso.

A violinista, que já garantira estreias de obras de Edgar Meyer ou Jennifer Hidgon, e em 2012 partilhou o alinhamento do álbum Silfra com Hauschka, registou agora as primeiras gravações destas 27 miniaturas em In 27 Pieces – The Hilary Hahn Encores, disco que partilha com o pianista Cory Smythe e lança pela Deutsche Grammophon. 

Esta é uma versão acrescentada de um texto que foi originalmente publicado na edição de 6 de maio do DN