Nascida em Washington, em 1953, Nan Goldin é uma extraordinária fotógrafa que associamos a um intimismo tão radical que, por vezes, as suas imagens nos podem levar a perguntar se o nosso olhar não está a mais — esse livro lendário que é The Ballad of Sexual Dependency (Aperture, 1986) bastará para recordar as intensidades de uma visão cuja atitude confessional se confunde com um princípio de realismo.
Porventura com alguma surpresa, ficamos agora a saber que Goldin tem sido também uma metódica e carinhosa observadora das crianças: o seu novo livro, Eden and After (Phaidon), aí está para o comprovar. Há um paraíso, de facto, que se conjuga nesse "depois" que o título evoca e que talvez seja tão só a esplendorosa quitetude que cada fotografia consagra, contaminando-nos — como se a passagem do tempo fosse um assombramento superado pelo milagre eternizado num click.
Porventura com alguma surpresa, ficamos agora a saber que Goldin tem sido também uma metódica e carinhosa observadora das crianças: o seu novo livro, Eden and After (Phaidon), aí está para o comprovar. Há um paraíso, de facto, que se conjuga nesse "depois" que o título evoca e que talvez seja tão só a esplendorosa quitetude que cada fotografia consagra, contaminando-nos — como se a passagem do tempo fosse um assombramento superado pelo milagre eternizado num click.