Autor de Cem Anos de Solidão (1967), um dos romances de maior projecção de todo o século XX, distinguido com o Nobel da Literatura em 1982, o escritor colombiano Gabriel García Márquez faleceu na Cidade do México, a 17 de Abril, na sequência de uma infecção pulmonar — contava 87 anos.
Através dos seus títulos mais famosos, incluindo também O Outono do Patriarca (1975), O Amor nos Tempos de Cólera (1985) e O General no seu Labirinto (1989), este último uma memória romanceada do herói nacional da Colômbia, Simón Bolívar, desempenhou um papel fundamental na internacionalização, não apenas da literatura do seu país, mas também das obras de muitos autores hispano-americanos. De qualquer modo, o chamado "realismo mágico", combinando o olhar frio sobre as convulsões sociais com o apelo de uma experiência mais ou menos delirada e delirante, impôs-se como a sua imagem de marca, mesmo se o próprio a ela resistia — numa entrevista de 1988, ao New York Times, García Márquez dizia mesmo que "ninguém escolhe o seu estilo", sendo a sua escrita o resultado "do tema e do espírito do tempo", em particular tentando ecoar as condições de vida "da nossa maneira de viver, da vida nas Caraíbas".
A televisão e o cinema interessaram-se frequentemente pelos seus livros, embora, de um modo geral, com resultados muito aquém da energia peculiar da sua prosa. Os casos mais célebres de adaptações de García Márquez para o grande ecrã serão Crónica de Uma Morte Anunciada (1987), de Francesco Rosi, e O Amor nos Tempos de Cólera (2007), de Mike Newell. Evocou a sua infância e juventude em Viver para Contá-la (2002).
>>> Trailer de O Amor nos Tempos de Cólera (2007).
>>> Obituário no El Pais.
>>> Gabriel García Márquez no site oficial do Nobel.