Não é engano: o nome Chet Faker constitui uma humilde homenagem ao grande Chet Baker, aliás inteiramente assumida pelo seu portador. Dito de outro modo: Chet Faker é o cognome artístico do australiano Nicholas James Murphy, admirador militante do criador de Chetty's Lullaby e, como ele próprio sublinha, formado numa pedagógica mistura de jazz e Bob Dylan, com tempero dos sons Motown (dos discos da mãe) e do chill out de Ibiza (mais frequente nas prateleiras do pai).
Digamos que o resultado, patente no seu álbum de estreia — Built On Glass — integra a pluralidade e a elegância de tudo isso, devidamente administradas por uma apurada sensibilidade electrónica, além do mais servida por uma voz de sereno e invulgar dramatismo. A prova: Talk Is Cheap, num belo teledisco sobre a passagem das estações e o espírito anti-natural da mãe Natureza.