terça-feira, fevereiro 04, 2014

Mais que apenas dez anos de "likes"


Como sugeria uma das frases promocionais do magnífico A Rede Social, de David Fincher, não se chega a um número astronómico de “amigos” sem fazer alguns inimigos. E ao longo dos dez anos de vida do Facebook – serviço inaugurado a 4 de fevereiro de 2004 – a sua história fez-se de mais que simples “likes” ou faltas desses polegares para cima.

Confesso que levei tempo a reagir ao Facebook. Não sou adepto da redução das opiniões aos contrastes de preto e branco, até porque é entre os tons de cinzento que moram a maior parte das ideias das formas que temos de nos relacionarmos com elas. Mas o Facebook não é apenas um jogo simples de “likes” (e tê-los e não os ter não é necessariamente expressão definitiva de nada). As redes sociais têm em si espaço para ser mais que apenas um jogo de comentários e polegares levantados (ou da sua ausência) e de um perfil com alíneas e gostos de filmes, discos, programas de TV e livros (e por muito importantes que essas referências possam ter na nossa formação e construção de identidade). Somos nós, afinal, quem as habita e as pode usar de forma útil. E inteligente.

Aos dez anos do Facebook vale a pena ler alguns dos artigos publicados sobre o momento e o sucesso da rede social de que se fala:

Facebook turns 10: from college dorm to 1.23 billion users no Guardian
Facebook Turns 10: The Mark Zuckerberg Interview na Bloomberg Business Week
Facebook, 10 years after, na Harvard Gazette


A propósito do aniversário que se assinala vale a pena recordar como esta rede social tem já evidente expressão nos espaços de criação artística do nosso tempo. Com exemplo maior no filme A Rede Social (na foto), de David Fincher (e soberbo argumento de Aaron Sorkin e espantosa banda sonora de Trent Reznor e Atticus Ross), precisamente sobre a origem e crescimento do Facebook de uma ideia para um negócio.