quinta-feira, janeiro 30, 2014

Reedições:
The Power Station, The Power Station

The Power Station
“The Power Station”
PLH UK Catalog
2 / 5 

Após três álbuns de originais, uma intensa agenda de concertos e um estatuto de visibilidade global conquistado, os Duran Duran chegaram a meados de 1984 com vontade de tirar uns tempos de férias. Depois de terminada a digressão mundial tinham ainda pela frente a edição em single de uma versão remisturada por Nile Rodgers de The Reflex (que se transformaria num dos seus maiores êxitos), o lançamento do álbum ao vivo Arena e a gravação do single (e do teledisco) The Wild Boys, que surgiria como inédito (de estúdio) no registo live... Depois dividiram-se em dois corpos distintos. Simon Le Bon, Nick Rhodes e Roger Taylor juntaram-se em Paris para aprofundar a faceta mais sumptuosa do som dos Duran Duran num projeto a que chamariam Arcadia. E John e Andy Taylor encontraram terreno livre para expressar o desejo de explorar duas premissas fulcrais da alma dos Duran Duran: a sua face mais rock (nem sempre muito evidente nos DD) e um motor rítmico mais próximo de uma identidade herdada do funk. Juntaram-se a Rover Palmer (que tinham conhecido em 1983) e ao baterista Tony Thompson. E sob produção assegurada por Bernard Edwards (Chic), registaram um conjunto de oito temas (entre os quais uma versão dos T-Rex e uma dos Isley Brothers) nas quais apresentaram um rock anguloso e polido (que teria consequências diretas no som de Notorious, o álbum de reencontro dos Duran Duran editado em 1986). The Power Station (nome do estúdio nova-iorquino onde gravaram) foi a designação que adotaram para o grupo e para o seu primeiro álbum (haveria um segundo, claramente menor, onze anos depois). O álbum é um claro exemplo de um sentido burguês que habita muitas vezes entre quem faz vibrar os terrenos do sucesso. Foi coisa mais cara que musicalmente consequente, apesar da boa repercussão que chegou a ter nos EUA. Do alinhamento surgiu, além de uma versão aceitável de Get It On (Bang a Gong) um belo single pop ritmicamente elaborado a que chamaram Some Like It Hot. O resto do disco é acima de tudo um devaneio impecavelmente produzido que cruzou elementos de funk e traços de um rock mais pesado, algo longe do sentido pop e das cores que habitavam a música dos Duran Duran. Convenhamos que na altura muito do que os Power Station venderam e deram que falar se devia ao facto de, entre 1982 e 85 serem os Duran Duran uma das bandas mais populares do planeta. Hoje, quase 30 anos depois, é um episódio paralelo de interesse relativo, datado e bem menos interessante que o mais elaborado So Red The Rose, dos Arcadia. Esta reedição junta remisturas, lados B e edits dos singles e máxis editados na época.

PS. Confesso que, com o tempo, fui perdendo o interesse por este disco.