quinta-feira, dezembro 12, 2013

Novas edições:
John Foxx and The Belbury Circle,
Empty Avenues

John Foxx and The Belbury Circle
“Empty Avenues”
Ghost Box
4 / 5

Conhecemo-lo na segunda metade dos anos 70 como vocalista da formação original dos Ultravox. Após três discos com mais reconhecimento crítico que popular, afastou-se para seguir um caminho a solo, encetando nova vida em nome próprio em Metamatic, álbum de 1980 que afirmava uma evidente opção sua pelo trabalho com eletrónicas. Manteve-se ativo até meados da década, afastou-se para dar espaço a um tempo de relacionamento mais próximo com o cinema e as artes visuais. E regressou à música nos anos 90, de então para cá tendo desenvolvido uma obra novamente focada nas eletrónicas, em parte dos títulos talhando uma colaboração recorrente com Ben Edwards, editando aí sob a designação John Foxx and The Mats. Este seu novo EP na verdade parte de uma outra colaboração. Lançado sob o nome John Foxx And The Belbury Circle, o disco resulta de uma reunião com Jim Jupp e Jon Brooks, ambos interessados nas heranças da música criada para filmes institucionais nos anos 70 e 80 e com carreiras feitas respetivamente sob as designações Belbury Poly e The Advisory Circle, Brooks sendo ainda o responsável da editora Ghost Box (pela qual o disco é editado). Empty Avenues é uma breve coleção de cinco canções (mais uma remistura) que recuperam o sentido clássico da canção pop feita com eletrónicas, a presença da voz marcante de John Foxx assinalando ligações evidentes a espaços mais remotos na sua obra, num esforço assim distinto do que tem sido parte da obra apresentada na sua discografia mais recente. São canções marcadas pela nostalgia, feitas de uma placidez urbana marcada por sonoridades vintage que vincam a presença dos teclados analógicos convocados ao trabalho. Apesar de editado em 2013, este pequeno lote de canções sugere uma viagem no tempo ao encontro de formas e sons que evocam os primórdios do relacionamento da canção com as eletrónicas. Não tem a carga transformadora que escutávamos num Moon Safari (dos Air) que cruzava ecos dos setentas com a demanda de músicos de um outro tempo. Aqui temos antes nomes mais experientes a operar em terrenos das suas próprias memórias, Estão em casa. Propõem uma janela no tempo, a música sendo o veículo que une o tempo da criação ao dos registos e das formas convocadas. E a verdade é que esta é mesmo uma bela coleção de canções.