quinta-feira, dezembro 12, 2013

As imagens de 2013: o fim das megastores

Aos poucos o que foi não volta a ser. E a memória do que era uma Londres vibrante em lojas de discos é cada vez mais uma memória que se conta e lembra entre quem, em tempos, corria de loja em loja procurando discos, descobrindo melhores preços ou raridades... Este ano assistimos ao encerramento da grande megastore da HMV que há muito morava em Oxford St, perto de Oxford Circus. As memórias da Tower Records de Picadilly e da Virgin Megastore no cruzamento de Oxford St. com a Tottenham Court Rd são já de outro tempo. Como o são as das megastores da Virgin e Tower em Mahnattan. Ou até as grandes lojas da Virgin e da VC entre os Restauradores e o Chiado...

A 28 de março escrevia aqui uma 'Crónica do fim de uma era', onde descrevia uma recente passagem pela megastore da HMV, já depois da noticia do encerramento e em tempo de liquidação total:

“Foi há poucos dias. Entrei como tantas vezes o fiz pela grande porta que se abre para a sempre movimentada Ofxord St. Havia um cartaz a chamar a atenção do lançamento do novo álbum de Justin Timberlake, som vindo lá de dentro, os escaparates à entrada mostravam os quadradinhos de cor que, ainda à distância, sugeriam que os discos ainda respiravam por ali... Porém, bastou entrar na velha e grande loja central da HMV para sentir o efeito das notícias que, desde finais de 2012, dão conta do estado calamitoso a que chegara a saúde desta outrora grande rede de lojas e da cada vez mais improvável vontade de algum investidor em manter vivo naqueles espaços um negocio na área da música e do cinema.

Reparei desde logo no estado de dieta revelado pela grande parede lateral direita da loja, onde sempre me habituara a ver as novidades editoriais da semana, nestes últimos anos com os lançamentos em vinil a fazer até recordar algum do look da loja que conheci ainda nos anos 80. Desci ao piso inferior, para visitar aquela que, desde o encerramento da Tower Records em Picadilly, se tornara na maior e mais bem recheada secção de música clássica da cidade. Aí o panorama descia de dieta a semi-deserto, com bem mais de metade das prateleiras já despidas de discos, os poucos que restavam concentrados nos corredores centrais. No balcão o único empregado presente olhava em frente para os três clientes em busca de pechinchas em tempo de liquidação de stock. No seu olhar aquela inquietude de quem sabe que observa um corpo moribundo. “

Pode ler aqui o resto desta crónica.