Morreu há poucos dias o escritor escocês Iain Banks, um dos grandes autores de ficção científica da sua geração. Este texto foi originalmente publicado na edição de 9 de junho da edição online do DN.
Morreu, aos 59 anos, vítima de um cancro, mm dos maiores escritores de ficção científica da sua geração. De origem escocesa, Iain Banks (1954-2013) assinava Iain M. Banks quando o livro em questão era de ficção científica, deixando o "M" de fora quando assinava textos de outros géneros literários. Nomeado em 2008 pelo The Times como um dos 50 maiores escritores britânicos do pós-guerra, foi autor de, entre outros, títulos como 'The Wasp Factory' (de 1984) ou 'Consider Phlebas' (1987), este último na origem da série 'The Culture'.
Iain Banks tinha revelado publicamente que sofria de um cancro numa nota publicada em inícios de abril no seu site oficial. Avisava então que teria provavelmente pouco menos de um ano de vida e que iria cancelar alguns dos seus compromissos públicos e que uma quimioterapia poderia estar nos seus horizontes mais próximos. The Quarry, romance que será publicado dia 20 deste mês, foca os últimos dias de um homem com um cancro terminal. Segundo descreve o Sunday Times, o livro é baseado nas experiências pessoais do escritor e contém descrições detalhadas da vida sob a doença. Banks começou a escrever este seu último romance pouco depois de lhe ter sido diagnosticado um tumor na bexiga.
A vontade de ser escritor manifestou-se cedo para Iain Banks, que assinou o seu primeiro romance, 'The Hungarian Lift- Jet' quando tinha 16 anos. Estudou inglês, filosofia e psicologia e continuou a escrever, mesmo tendo depois passado algum tempo entre viagens pela Europa e América do Norte e primeiros empregos como analista para uma companhia de informárica, técnico numa siderurgia ou empregado num escritório de advogados londrino. O sucesso de 'The Wasp Factory' permitiu-lhe concentrar-se desde então na escrita.
Próximo de grupos independentistas escoceses e uma das vozes que se manifestaram pela demissão de Tony Blair após a intervenção militar no Iraque em 2003, Iain Banks assinou, além da sua obra de ficção, alguns textos e ensaios sobre questões políticas e sociais. Foi contudo o trabalho na ficção, e em particular na ficção científica, que lhe valeram um lugar na galeria dos grandes valores das letras em língua inglesa do século XX.
Ao todo deixou 27 romances (incluindo The Quary, que terá assim lançamento póstumo), além de contos e ensaios. Venceu inúmeros prémios. Esteve nomeado para um Hugo Award (os mais importantes prémios na área da ficção-científica) com 'The Algebraist' (em 2005). Venceu o prémio da British Science Fiction Association por duas vezes, com 'Feersum Endjin' (1994) e 'Excession' (1996).