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Vivemos num tempo que tudo pode ser ecrã. Em Cannes, tudo é potencial painel publicitário. Velha vocação das coisas urbanas, sem dúvida, mas que neste contexto adquire o tom de artifício de paradoxal naturalidade, inerente à condição mítica do festival e da sua cidade. Assim, numa parede de uma das transversais da Croisette, um cartaz de The Lone Ranger, com Johnny Depp, consagra a vocação espectacular da paisagem — devemos, talvez, reconverter os conceitos aprendidos e falar de hiper-irrealismo.